Ocorreu ontem, 11 de maio, a reunião conjunta dos Conselhos Universitários das sete universidades estaduais do Paraná, na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O encontro, que foi proposto pelo Comitê em Defesa do Ensino Superior Público do Paraná, foi marcado para discutir os recentes ataques do governo do Estado às instituições estaduais de ensino superior (IEES), em especial a entrada das universidades no sistema Meta 4 RH-Paraná, ferindo a autonomia universitária.
Ao final do encontro foi formatado um documento marcando politicamente a posição das universidades e alinhavando o pensamento debatido durante todo o encontro. Intitulado Carta de Londrina (confira aqui a íntegra da Carta), o documento foi aprovado por unanimidade pelos presentes e será encaminhado às instâncias do governo.
A Carta é contrária à adoção do Meta 4, ao mesmo tempo que exige, entre outras ações, a retirada da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), que foram inseridas no sistema à época de criação destas instituições. E ainda se coloca favorável ao Tide docente como Regime de Trabalho e não como gratificação como quer o governo.
Além desse documento, algumas propostas foram levantadas e constarão em ata. A ideia é que essas propostas sejam levadas para que os conselhos universitários de cada instituição possam debatê-las e a partir dessas discussões formular ações de reação ao processo de desmonte das IEES.
Antes de encerrar a reunião, a reitora da UEL, Berenice Jordão, anunciou que, juntamente com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), irão protocolar, nesta sexta-feira (12), uma ação judicial contra a medida do governo. Ela destacou que antes de judicializar a questão, buscou-se a via do diálogo, sem um resultado efetivo. Na sequência as universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro), do Oeste (Unioeste) e de Ponta Grossa (UEPG) também irão judicializar a questão.
Para o presidente do Sintesu, Danny Jessé Nascimento, a reunião dos sete conselhos universitários foi um momento histórico e pode ser considerada um marco na luta contra o desmonte do ensino superior do Paraná. “O governo precisa entender que as universidades estaduais são um patrimônio do Estado e que geram o desenvolvimento por todo o Paraná. Ou alguém consegue imaginar como seriam as cidades de Guarapuava e Irati sem a Unicentro? E a nossa região, será que seria a mesma sem o desenvolvimento promovido pela Universidade? Esse é apenas um simples exemplo, pois sabemos que as sete universidades atingem cidades em todo o Estado e o governo precisa valorizar o imenso trabalho promovido pelas IEES”, declarou.